A comunicação que aliena a vida, oposto da comunicação que gera compaixão, surge em sociedades hierárquicas e/ou dominadoras.
Quando as pessoas são educadas para pensar em termos de juízos moralistas, que implicam erro ou maldade, estão sendo educadas para buscar fora de si mesmas, a definição do certo e do errado, do bom e do mal.
Quando estão em contato com sentimentos e necessidades, seres humanos deixam de ser bons subordinados.
A comunicação não violenta ou a comunicação que gera compaixão, é um nível profundo de reflexão constante que ajuda a manter a atenção centrada em um lugar que nos fará encontrar o que buscamos.
Ela é muito mais que um processo ou uma linguagem.
Ela pode ser percebida, como um guia para resgatar nossa comunicação natural e possibilitar atender as necessidades dos demais e as nossas, através da escuta dos sentimentos.
É muito importante entendermos, a diferença juízo de valor e juízo moralista.
Juízos de valor, refletem valores importantes para nós e para a humanidade: honestidade, paz, liberdade.
Juízos moralistas, classificam e insinuam erro, quando algo não coincide com nossos juízos de valor:
“A violência é má.”
Devemos evitar erro ou maldade, quando algo não coincide com nossos juízos de valor.
Devemos procurar expressá-los diretamente:
“Me dá medo que se recorra a violência para resolver conflitos.”
“Eu valorizo o uso de outros meios para resolução de conflitos humanos.”
Essa forma de expressão, não inclui julgamento sobre certo e errado, bom e mal.
Ela reflete de forma clara que sentimento a pessoa tem sobre algo e a forma como algo é percebido.
Essa forma de externalização, redireciona o foco do diálogo para o que de fato importa. A conversa não é sobre a violência ser ou não ser má. A conversa é sobre o sentimento que ela gera em alguém e a valorização de alguém sobre formas diferentes de resolver conflito.
A comunicação que aliena a vida, nos traz ideia pre concebida sobre o que está bom e o que não está.
É uma linguagem rica em palavras que classifica as pessoas e suas ações.
Há várias variações da comunicação que aliena a vida causando dor e sofrimento nos outros.
Culpar o outro:
Esposa: “As crianças não estão indo bem na escola.”
Marido: “É sua responsabilidade. A culpa é sua.”
Fazer diagnósticos:
Mãe para o filho: “Você só fala gritando!”. “Você não sabe escutar!”.
Fazer críticas:
Filho para a mãe: “Mãe, sua comida é horrível!”.
Negar a responsabilidade: Chefe para um membro de equipe: “Porque você fez isso?”
Membro de equipe: “Tive que fazer” Ordens superiores” “É a política da empresa” “É a lei.”
A comunicação que aliena a vida diminue a consciência de que somos responsáveis por nossos pensamentos, sentimentos e ações.
Negamos a responsabilidade de nossas ações, quando atribuímos sua causa a fatores externos.
Professora: “Odeio corrigir provas e dar notas, mas tenho que fazer porque é política da escola.”
A professora que assume responsabilidade sobre os atos, pode reformular a frase acima da seguinte forma:
Professora: “Corrijo provas e dou notas porque quero conservar meu trabalho.”
Infelizmente, a forma como nos comunicamos e está internalizada dentro de nós, tem raízes muito profundas de muitas gerações anteriores.
É preciso recriar a história da comunicação e resgatar a forma natural dos seres humanos se comunicarem.
O poder das palavras e da forma como elas são ditas é surpreendente.
É gratificante constatar como problemas e conflitos conduzidos sobre premissas de comunicação que buscam conectar seres humanos, na maioria das vezes se resolvem por si só.
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