Recentemente, João Paulo Pacifico, CEO do Grupo Gaia, fez uma enquete no LinkedIn com a pergunta acima. O resultado foi que, dos 2.105 respondentes, 72% disseram não saber ao certo.
ESG é uma filosofia que busca infiltrar critérios ambientais (E, em inglês), sociais (S) e de governança corporativa (G) em avaliações e decisões de negócios. Portanto, ESG é uma cultura. Jamais um produto! Trata-se de um assunto muito sério, que envolve o destino da humanidade e um volume de dinheiro gigantesco, na casa do trilhão de dólares (veja os valores abaixo):
No Brasil, apesar de estarmos ainda na casa do bilhão de reais – os 20 fundos existentes somam R$ 1 bilhão, de acordo com a Anbima –, esse é um montante que dobrou em um ano e meio.
Em 2019, por exemplo, houve um aumento expressivo no interesse dos investidores brasileiros sobre o que as empresas estavam fazendo em sustentabilidade, em função do estouro da barragem da Vale, e as principais gestoras de fundos criaram áreas específicas para analisar investimentos com a lupa de ESG.
Em 2020, a pandemia fez acelerar ainda mais o interesse geral pelo tema. Estamos testemunhando a evolução de um arquétipo de empresa que prioriza a geração de valor para o acionista para outro que busca gerar valor para todos os envolvidos. Ou, uma evolução do capitalismo de shareholder para o capitalismo de stakeholder. Fica cada vez mais evidente que não é mais possível dividir o mundo em caixinhas. A interdependência é uma das lógicas que regem o ESG, segundo a qual tudo o que acontece com seu vizinho pode afetar você também.
“A grande mudança é que os impactos passaram a ser vistos, a ponto de serem concretamente percebidos como um risco para os negócios”, afirma Denise Hills, diretora global de sustentabilidade da Natura. Isso fez com que também o investidor não ativista começasse a puxar questões ambientais e sociais para dentro do parâmetro do risco e do advisory.
Hills ainda complementa:
“No futuro, empresas que não gerirem seus impactos onde atuam não farão parte da sociedade local, nem serão escolhidas pelos investidores”.
Sob o paradigma ESG, todos mudam. Os investidores, em vez de só pensar em ganhar, mudam por se preocupar sobretudo em não perder (diante dos riscos ambientais e sociais). As empresas, em vez de focar só o “quanto”, que agrada aos acionistas, mudam por focar também o “como”, para agradar aos outros stakeholders. Os colaboradores, em vez de trabalharem como se estivessem no século 20, mudam ao se conscientizarem dos impactos e stakeholders.
Recorte de artigo publicado na revista HSM Management nº 143
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