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Como incluir ideias diferentes numa discussão importante?

Atualizado: 7 de jun. de 2023

“OU” isso “OU” aquilo!

Será?



pensamentos-diferentes

E se, mesmo não concordando, pudermos considerar a minha opinião E a sua opinião diante de uma tomada de decisão importante?


E se encontrarmos uma forma de explorar diferentes perspectivas quando houver divergências nas discussões, ao invés de tentarmos simplesmente defender nosso “ponto de vista”?


E se, ao invés de “OU” isso “OU” aquilo, passarmos a considerarE” isso “E” aquilo, acolhendo paradoxos e incertezas em uma mesma conversa?


E se pudermos usar uma estratégia de raciocínio diferente da que normalmente usamos para tomar decisões e isso nos permitir chegar a resultados distintos e melhores dos que normalmente chegamos?

A tão falada “necessidade de inclusão nos ambientes corporativos” vai muito além de questões de gênero, cor da pele, idade, etc, e é fundamental para a qualidade da tomada de decisões. Precisamos incluir ideias diferentes numa discussão, mesmo que de pessoas do mesmo gênero, mesma cor de pele e mesma faixa etária... A diversidade e a inclusão de “pessoas diferentes” não necessariamente garante a inclusão de “ideias diferentes”, tão importante para fazermos melhores escolhas.


Muitos dos desafios que temos presenciado nos momentos de tomada de decisão da alta liderança de ambientes corporativos, estão relacionados à baixa receptividade de “formas diferentes de ver e de pensar” durante as discussões. São sempre as mesmas vozes, repetindo os mesmos argumentos que ganham espaço nessas reuniões, enquanto aqueles que têm algo diferente a dizer, não conseguem ter suas ideias acolhidas.


Para chegarmos a resultados melhores, precisamos estar atentos a todas as sugestões propostas e não apenas àquelas que se conectam facilmente com nossos vieses.


É preciso abrir espaço para incluir verdadeiramente diferentes formas de pensar!

Isso requer um grande esforço pessoal e atenção aos nossos impulsos, para entender o que é preciso fazer de diferente.



NOVAS ABORDAGENS


A mudança de rota requer conhecimento e uso de abordagens alternativas em relação às tradicionalmente utilizadas. Esse método é fundamentado em descobertas relativamente recentes da ciência, ainda muito pouco conhecidas nos ambientes corporativos.

Acreditamos que seja fundamental evoluirmos para o uso dessas abordagens de forma que elas possam contribuir com a verdadeira inclusão de todas as opiniões.


Essas abordagens nos tiram da lógica linear:


“Se eu penso A e você pensa B, logo eu estou certo e você está errado.”


E nos remetem a lógica do pensamento complexo:


“Se eu penso A e você pensa B, apesar de divergentes, ambos podemos estar certos, ambos errados, ou um dos dois certos.”


Quando pensamos sob a lógica do pensamento complexo, desperdiçamos menos tempo argumentando a favor da nossa opinião, ampliamos nossa visão sobre as situações e aumentamos as possibilidades de sermos mais “assertivos” nas tomadas de decisão. Mesmo diante de incertezas e paradoxos, podemos seguir experimentando diferentes sugestões ainda que aparentemente conflitantes.


Queremos oferecer aqui, algumas dicas simples que podem ajudar com diálogos mais harmônicos favorecendo NOVAS possibilidades de reflexões sobre VELHOS problemas. Com isso, poderemos conviver com paradoxos e ampliar as probabilidades de melhores decisões.



1) Troque a estratégia do convencimento pela estratégia da curiosidade.


Faça perguntas sempre.


Diante de alguém que pensa diferente de você, pergunte mais sobre como essa pessoa pensa e se preocupe menos em argumentar defendendo o seu ponto de vista.


As perguntas ajudarão a outra pessoa a refletir sobre o próprio pensamento e ajudarão você a ver a situação sob uma perspectiva diferente da sua. Não ceda ao impulso inicial de rejeitar o que não concorda. Dedique tempo para refletir. Ouça para entender e não para responder. Escute além das palavras. Normalmente, quando alguém apresenta um ponto de vista diferente do nosso, nossa atenção imediatamente se volta para pensar em como responder essa pessoa com um contra-argumento. Buscar manter nossa atenção focada no que o outro está tentando expressar é fundamental. A tão falada “escuta ativa”, só acontece quando temos interesse real no que o outro diz. A partir desse interesse, é possível entender quais as reais necessidades do outro e abrir espaço para diálogos mais construtivos. Não há sensação melhor do que aquela que sentimos quando somos verdadeiramente compreendidos.



2) Use uma comunicação dinâmica e não estática.


Procure não classificar e julgar as pessoas. Nossas mensagens são melhor recebidas quando evitamos o julgamento, a culpa ou a classificação de pessoas. Evite as generalizações e seja específico nos seus comentários para que a outra pessoa consiga pensar com clareza sobre ações que ela pode tomar para evoluir. As generalizações paralisam e frustram.


Ao invés de: “Renato, você é muito irresponsável. Está sempre atrasado para as reuniões do cliente.”


Experimente: “Renato, nas últimas 05 reuniões com o cliente, você chegou depois que a reunião havia começado. Há algo que possa ser feito para evitar que essa situação não se repita?



3) Evite o julgamento sobre o “certo” e o “errado”


Procure externalizar, nas suas palavras e de forma clara, seu sentimento sobre o que está acontecendo e a maneira como você percebe a situação, evitando o seu julgamento. Quando conseguimos externalizar o que observamos sem misturar com nossa opinião com o que é observado, aumentam as chances de nossas mensagens serem bem recebidas.


Ao invés de: “Esse projeto é desorganizado.” Experimente: “Me dá medo que, sem termos visibilidade das entregas, possamos sofrer atrasos e impactar o cliente. O que podemos fazer para garantir que não teremos atrasos?”



CONCLUSÃO


A inclusão de ideias divergentes depende da verdadeira abertura para o diálogo. Em outras palavras, durante as conversas, precisamos estar presentes e direcionar nossa atenção para as diferentes necessidades envolvidas, mesmo quando elas não são expressadas diretamente. Ouvir além das palavras e questionar nossas certezas pode nos levar a experiências e descobertas incríveis que somente são possíveis quando abrimos espaço interior para “caber o outro”.

A comunicação é um dos atributos que nos diferencia, como seres humanos, de outros animais. E ainda há muito espaço para evolução no uso desse valioso “instrumento”, de forma que possa favorecer melhores conexões humanas em todos os contextos sociais.


Nosso “ponto de vista” sobre uma situação é justamente isso: apenas a nossa visão a partir de um ponto. Muitos outros pontos precisam ser conectados ao nosso para avançarmos em discussões mais produtivas e ricas sobre os problemas complexos das empresas e do mundo.


Experimente explorar o uso de abordagens coerentes com a resolução de problemas complexos. O conhecimento disponível é vasto e os resultados são surpreendentes.



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